quarta-feira, 4 de maio de 2011

Repensando o Nosso Sistema Carcerário.

Repensando o Nosso Sistema Carcerário.

Somos justiceiros por natureza, desde que tal justiça não nos atinja rs, caso contrário, nos tornamos misericordiosos.

Mas essa “justiça” tem como padrão a “vingança”, propriamente dita, e isso é fato!

Observe o grito da multidão pedindo justiça para um “Nardoni da Vida”, perceba como já esquecemos a justiça que clamamos... Observe-o na sua mente com a cena do seu crime e verás em seus atos imaginários a justiça que brota de teu interior. Observe os “Wellitons das Escolas da Vida” e se tivéssemos o poder da ressurreição usaríamos para tirá-lo do mundo dos mortos e trazê-lo para vida, apenas para poder matá-lo com nossa própria “justiça”. "Em momentos assim se fizesse um prebiscito para pena de morte no Brasil, qual seria o resultado? rs".

Somos passionais demais! Justiceiros demais! Vingadores demais! Punitivos demais!

Já visitei vários sistemas carcerários, estando livre para sair rs, e é impressionante a forma que os encarcerados são tratados, é revoltante, até que se saiba o que fizeram...

Nosso sistema é punitivo e não corretivo, e quando se olha por fora se lamenta, mas quando se vê de perto e o "sangue da alma" dos que ali estão entendemos algo importante:

“O problema não é o sistema e seus sistematizadores, somos nós”.

O sistema carcerário reflete a nossa alma! Afirmo. Quando aprisiona-se, por exemplo, alguém dentro dela é a matriz dos sistemas externos que vemos.

Estranho pensar nisso, mas é exatamente isso que acontece quando não perdoamos alguém, a idéia da sabedoria bíblica é que esse alguém fica “enjaulado” dentro de nós.

O sistema que vemos hoje nas prisões e presídios é a alma da sociedade-pessoas e, a forma que lida com os agressores. Animalizamos o “não animal” convencendo-o que realmente ele o é.

Mas como repensar tal sistema?

Isso nunca vai ser repensando se não houver uma “metanóia” – expansão de mente, na sociedade, e não apenas nos governantes. Essa expansão de mente nos leva a ver a vida num ângulo além do aquém que nos colocamos ao pensar pela passionalidade dos momentos.

Os governos não mudarão se a sociedade não mudar. Se alguém mudado governar, a sociedade obriga um "espelhamento" da alma no sistema, isso também, e principalmente, é o tal do pecado.

A sociedade é doente e produz essa doença nos governantes, pois ela os coloca lá e os adoece, também, com o senso coletivo de “justiça”.

Qual o caminho? Um derramar de nova consciência. Qual consciência? De alguém que consiga não apenas convencer, mas converter. Quem é esse? Aquele que consegue discernir a punição da disciplina... Opa, e o que é disciplina? É algo que só esse alguém sabe lidar e que sabemos a resposta, mas resistimos em tê-la em nós e através de nós.

Seria possível um efeito borboleta na sociedade através do nosso "bater de asas"?

Toni Edson

8 comentários:

  1. NEGATIVA
    NÃO PRECISAR HAVER UMA MUDANÇA EM NOSSO COMPORTAMENTO CRISTÃO, PARA UMA POSSÍVEL MUDANÇA EM NOSSO SISTEMA CARCERÁRIO, TENDO EM VISTA AS REGRAS JÁ PRÉ - ESTABELECIDAS PELOS CONSTITUINTES JUNTO A ESTE ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
    É NECESSÁRIO APENAS UMA APLICABILIDADE DE TAL NORMA, OU SEJA, REGRAS EXITEM AOS BALDES,LEIS DE EXECUÇÃO PENAL TEMOS UMA ESPECÍFICA. A QUESTÃO É QUE NÃO EXISTE UMA APLICAÇÃO, PELO FATO DE O PODER EXECUTIVO (ELEITO A POUCO), NÃO TOMAR AS MEDIDAS CABÍVEIS PARA O ANDAMENTO DOS REGIMES PRISIONAIS, NOS MOLDES DETERMINADOS OUTRORA PELA SOCIEDADE.
    “O SISTEMA CARCERÁRIO REFLETE A NOSSA ALMA,AFIRMO”(!) AFIRMAÇÃO CORRETA QUANTO AO PONTO DE VISTA RELIGIOSO,MAS NÃO SE PODE ESQUECER QUE “ALÉM DA ALMA TEMOS UM CORPO”.
    HOJE NÃO SE MATA MAIS EM NOME DA IGREJA COMO OCORRIAM NO TEMPO DAS CRUZADAS, ONDE MILITARES MATAVAM E TORTURAVAM EM NOME DE DEUS. MUITO MENOS RESTRINGIMOS A LIBERDADE DE ALGUÉM EM NOME DE DEUS, MAIS SIM EM NOME DA POPULAÇÃO QUE CLAMA POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA, E IGUALITÁRIA NO QUE SE REFERE À JUSTIÇA.
    POR FALAR EM IGUALDADE... NECESSÁRIO FAZ LEMBRAR-SE DE TAL PRINCÍPIO: TRATAR IGUALMETE OS IGUAIS E DESIGUALMENTE OS DESIGUAIS, NAS EXATAS PROPORÇÕES DE SUAS DESIGUALDADES, OU SEJA, SE FOR IGUAL A TODOS, CUMPRIR AS LEIS NECESSÁRIAS A UMA ORDEM COLETIVA, NÃO SOFRERÁ QUALQUER LIMITAÇÃO À SUA LIBERDADE. POR OUTRO LADO SE COMPORTAR-SE COMO INDIFERENTE A TAIS NORMAS, E ÀS PESSOAS, SUA LIBERDADE PODERÁ SER RESTRINGIDA EM PROL DE UM BEM MAIOR, A SEGURANÇA DA SOCIEDADE.
    A FOLISOFIA DO SISTEMA CARCERÁRIO NÃO É A DE VINGANÇA, DESDE QUE FOI DERROGADO O CÓDIGO DE HAMURABI, (TANTO QUE EXISTE UMA HIPÓTESE DE PRISÃO PREVENTIVA, QUANDO O CRIMINOSO ESTIVER SOFRENDO UM RISCO IMINENTE À SUA INTEGRIDADE FÍSICA),A INTENÇÃO É QUE ALÉM DE UMA PUNIÇÃO PELO FATO CRIMINOSO SOFRIDO PELO AGENTE (INFRATOR), SERVE TAMBÉM TAL PUNIÇÃO DE EXEMPLO PARA A SOCIEDADE, ALÉM É CLARO DE A MAIOR BUSCA PELA RECLUSÃO SER A RESOCIALIZAÇÃO DO PRESO. DIFÍCIL ACREDITAR NA RESOCIALIZAÇÃO POR ESTATÍSTICAS AFIRMAREM QUE 80% DOS ENCARCERADOS SÃO REINCIDENTES.
    DEUS SE VINGOU DE ADÃO E EVA?; NÃO! APENAS FORAM INDIFERENTES PELA REGRA IMPOSTA POR DEUS E PAGARAM POR SEUS ATOS. DEUS PERDOOU ADÃO E EVA?;PERDOOU!, MAS SOFRERAM AS CONSEQUÊNCIAS POR SEREM IMPRUDENTES PARA COM DEUS.

    PARABÉNS PELA INICIATIVA,CONTE COMIGO COMO FIEL COMENTADOR.

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  2. Obrigado pelo comentário e acredito que o compartilhar "papos" nos faz ver ângulos que por algum motivo não vemos...

    "NÃO TOMAR AS MEDIDAS CABÍVEIS PARA O ANDAMENTO DOS REGIMES PRISIONAIS, NOS MOLDES DETERMINADOS OUTRORA PELA SOCIEDADE.".

    Olhando para as culturas e suas "leis" percebemos que as "leis" são reflexos da cultura vigente.

    A questão é que somos a sociedade "cristãos, não cristãos, ateus e afins" e seremos os reflexos das leis vigentes.
    A lei carcerária que temos, conforme sua afirmação, "não somos apenas alma, mas corpo também" é o grande problema dicotômico herdado do mundo helenista e legislado pelo mundo romano.
    Nossas leis são romanas, que por sua vez adotaram a sabedoria helenista (platônica) Corpo e Alma como coisas distintas. Então se fala de uma redenção "perdoativa" para a alma e punição para o corpo, pois a "ofensa" foi realizado em corpo.

    Minha proposta é que como "sociedade que somos" podemos influencia-la com valores que não são religiosos, mas humanitário, e ser humano, ao contrário do que as religiões ensinam, é a proposta divina. Sejam humanos é o grito da eternidade.

    Acredito que a execução penal vigente é aplicada não na sua "teoria constitucional", mas no "senso coletivo vingativo".
    Explico:
    * Super lotação carcerária.
    A proposta teórica é educativa, mas porque aumenta a incidência? Houve reeducação? Não.
    Porque processos são tão esquecidos e burocráticos na resolução mesmo sabendo a "hediondesa" do crime?

    Sabe-se da crueldade realizada e as condições sub humanas, porque não há uma mobilização quanto a isso?

    Acredito que a resposta esteja no "senso de vingança coletiva", e isso acontecendo, acredito que consciente por parte dos governantes, sacia o senso de justiça social que traduzo como vingativo.

    Acredito que uma releitura do conceito de Justiça, Vingança, Disciplina, Reeducação nos levaria a seguinte afirmação.

    No papel = justiça disciplinar reeducativa,
    Na prática = Vingança além do "olho por olho dente por dente.".

    Acredito que uma "metanóia" = expansão da mente, dialogando com a sabedoria bíblica, trará um conceito REDENTOR de disciplina.

    Se não acontecer na nossa geração, seremos o bater das asas para o efeito pra um futuro por vir...

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  3. CONCORDO COM O ATO e seu "ATOR" SER "julgado", afinal, sem isso não teríamos limites relacionais.

    Mas acredito nisso que escrevi - ATO e ATOR, o ATO aconteceu e é inegável e passivo de julgamento, mas deve se considerar que temos diante de nós um "ATOR" caso contrário não acreditaríamos na teoria da lei que é a reeducação e sociabilização da pessoa. Ele representou um "personagem" como ATOR que pode deixar de ser, e como você mostrou, os índices de reincidência e (re)sociabilização estão distantes. Aí é o "X" da questão, porque não se reeducam?
    O que há na lei que promova isso? Confesso desconhecê-la na sua totalidade e profundidade, mas mesmo que haja não se cumpre pelo fator "motivacional" dos cumpridores = governantes e sociedade.

    Se não mudar de dentro pra fora tudo que se pode fazer fora não terá o efeito necessário para um mundo melhor.

    Hoje tal sistema gera "inibição", já é algo, mas o problema é que se limita a isso.

    Mas vamos desenvolvendo melhor o assunto, não creio que tudo se resume - basta o homem cumprir ou muito menos ter como lema uma pseudo "sociedade evangélica".
    Abraço "livre leve e solto" rs.

    Até

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  4. A reincidência se deve ao fato de não haver essa transgressão de regimes, que pela lei vai do fechado até o aberto. Onde o preso poderia chegar a trabalhar em colônias agrícolas, trabalhar durante o dia e volta à noite, assim ele poderia ter uma chance de se inserir no mercado de trabalho. Mas nem emprego para o cidadão comum tem, imagine emprego para o cidadão infrator?

    Os processos são demorados justamente para que o senso de justiça hostilizado pela sociedade não influa em um julgamento. Esse é o ponto que tento mostrar:

    A lei pensa tanto no ofendido quanto no ofensor, no entanto não consegue suprir aos dois como deveria. Imagine a vítima de um estupro, por exemplo, sua vida é arrasada para sempre, pois os tratamentos psicológicos são limitados para a vítima. Imagine então para o criminoso?

    Pensar em reabilitação?sim!, mas é necessário pensar em reabilitação para a vítima em primeiro lugar.

    Punição requer sacrifícios do corpo!Não imagino uma advertência verbal a quem chegou ao seu limite de indiferença. Antes de pensar em quem almoça um bife, por que não pensar em quem tem fome?

    Infelizmente a política não acompanhou a evolução da criminalidade, por isso deveria haver uma mobilização na sociedade onde aqui sim o pensamento cristão entraria, pensar em cristo (vítima) ou em Barrabas (bandido)?

    Quando diz “queremos saciar nosso senso de justiça”, parece que nos compara às hienas que riem e babam com a morte de outro animal.
    O ser humano não deve ser desumano para com seu semelhante, apenas existem direitos mais urgentes ,os da vítima por exemplo.

    Como reeducar quem nem ao menos foi educado?tendo por base que a educação não é atingida nem nas escolas, quem dera seria alcançada em penitenciárias. Tarefa difícil essa!

    Infelizmente a disciplina com o ser humano funciona com base na coerção ou na restrição!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Bem, eu já tinha lido o poster anterior deletado por você...
    Primeiramente você "trabalha" dentro de tudo isso, então, vê coisas que não vemos, mas estar dentro, tem o facilitar e complicar.

    Contudo, use de sua fluência para influenciar para teoria se encarnar...

    Não digo que apenas o governo ou sociedade são sanguinários, é TODA ALMA HUMANA. Somente e tão somente as que responde a graça, repito, graça respondida pode mudar pessoas, pois ela existe e está presente em tudo e todos, mas a resposta traz o seu "Originador" para o centro da questão e isso faria grande diferença.

    O "código de hamurabi" é a expressão de uma comunidade justa, mas nem ele é a expressão da nossa alma. O ser humana devaga e se conflita entre a "caverna das idéias" ou o que Paulo na Bíblia poetizou seu horror dizendo "o bem que eu quero esse não faço, e o mal que não quero constantemente o vejo em mim". Na teologia judaico-cristã a Lei = Torah, não existe para Salvação, mas como instrução de vida com excelência e uma das suas funções é apontar a nossa "depravação". Não seria necessário, se o NOSSO falso crivo de bondade não nos iludisse. A não aplicabilidade de uma "suposta" Lei Justa se encontra aí, só que o X da questão é que isso pode ser "metanoiado", mas longe da "nóia" de que a sociedade pode por si própria ser justa...

    Essa é a minha percepção lendo a a proposta das Escrituras que trabalham o "Âmago" do problema - o ser humano sem referencial ou referenciando-se.

    Abraço.

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  7. Atribui-se a Calvino a seguinte frase: "Tudo o que é bom, não importa a autoria, procede de Deus". Entendo que por essa razão as leis que tornam possível a convivência dos homens, procedam de qualquer cultura, são fruto da ação do Seu Espírito, que pela graça comum, usa o Legislador como instrumento em suas mãos, para fazer sua vontade.
    Contudo, isso não isenta o homem do uso de sua responsbilidade. Para os criminosos involuntarios, existiam as cidades de refúgio, para os dolosos, a aplicação da justiça. E, sendo Deus Justo, dotou o homem do senso de justiça para exercê-la; mas esse nao pode em seu exercício ser arbitrário, a tal ponto de impingir uma pena que seja maior que a culpa. Há uma diferença gritante entre vingança e justiça, e essa diferença precisa existir, inclusive em sistemas carcerários.
    De fato, não existe pior cárcere que o da alma. Uma alma que não dilata o seu coração com o mor, que agasalha a ira, que se enche de rancor está aprisionada com os mais resistentes grilhões. E esse cárcere pode ser rompido apenas pelo poder dAquele que amor, verdade, vida e caminho: Jesus.
    Uma sociedáde sem Deus não etenderá a justiça divina; uma sociedade com Deus terá uma justiça que excede em muito a humana. Mas, apenas em novos céus e nova terra encontraremos a verdadeira e plena justiç.

    Gérson Trevisan

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  8. O Conceito de Graça de Comum realmente promove toda expressão de verdade e bondade além das quatro paredes eclesiástica.
    O grande desafio dos discípulos é "lutar" para que a realidade do Mundo Vindouro seja presente no Agora.
    De forma Plena, como bem expressou, só no Mundo Vindouro, mas acontece algo, ou deveria, na comunidade de discípulos é que não irão apenas ao Mundo Vindouro - Eternidade, mas tal realidade começa a vir até eles e emana através deles.

    Uma reforma no sistema carcerário? Uma reforma na aplicação do já sistema? Uma mudança na sociedade que "clama" pelos sistemas?

    O FATO é que a maioria dos que "prali" vão voltam pior...

    Obrigado pela boa análise.

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